Situado no distrito do Porto, Baião é o concelho menos povoado deste (20 mil habitantes), o que não faz dele menos interessante. Bem pelo contrário: são muitos os encantos de Baião, entre o Douro e o Marão.
Nesse sentido, a gigante área verde que detém, juntamente com a sua riqueza natural e privilegiada localização geográfica, contribuem imenso para ser um destino espetacular.
A norte, a serra do Marão e o planalto da Aboboreira conferem-lhe um deslumbre imenso. Já a sul, o vale do Rio Douro deleita as vistas a qualquer um, graças à sumptuosidade que lhe é característica.
Igualmente, o seu imenso património, recantos naturais, as paisagens vinícolas e a saborosa gastronomia deslumbram quem visita a região.
No sentido histórico, a Terra de Baião tem origens no período medieval, sendo que, alguns milhares de anos antes, a Aboboreira foi palco das primeiras manifestações religiosas. Consequentemente, a construção de inúmeras sepulturas megalíticas, fazem desta região um autêntico santuário arqueológico.
Se procura um destino “fora da caixa”, a escolha de Baião é uma excelente. Antes de partir à descoberta, aproveite as nossas dicas e conheça algumas das suas principais atrações.
Casa do Lavrador
Antes de mais, Casa do Lavrador é um museu rural e etnográfico, que integra a Associação Cultural e Recreativa de Santa Cruz do Douro. A sua reconstrução remonta a 1999, em homenagem a Augusto Gomes dos Santos, presidente honorário da Federação do Folclore Português.
Assim, a casa do camponês de inícios do século XIX, tanto exterior como no interior. Este museu vivo é constituído por uma cozinha tradicional, uma sala, a loja do vinho e a eira. Aqui confeciona-se a broa caseira, pratica-se e ensina-se tecelagem e realizam-se atividades agrícolas com técnicas e utensílios de época.
De igual forma, e de acordo com a época do ano, o espaço promove atividades como a confeção da marmelada e compotas, o fumeiro, entre outras. Tal como o nome indica, a Ceia da Lagarada (pisa das uvas, como antigamente), a Desfolhada, a Malha do Milho, a Desmancha do Porco fazem parte do rol de atividades, nas quais poderá participar.
A casa, que recebe anualmente imensas pessoas, permite a estas usufruir da excelente gastronomia confecionada, como há mais de um século, na lareira e no forno a lenha.
Desta forma, arroz de favas com frango alourado, arroz de forno com frango assado e batatas assadas fazem parte dos manjares. Isto, além de grelhados de porco na brasa com arroz solto de legumes, arroz de cabidela de galinha caseira ou rojões com batatas cozidas, entre outros.
Portanto, seja mais um dos visitantes e deixe-se deslumbra pelas maravilhas da Casa do Lavrador.
Conjunto Megalítico da Serra da Aboboreira
Primordialmente, as mamoas da Serra da Aboboreira são os testemunhos mais antigos da relação homem/paisagem que se conhecem na região. Tratam-se de monumentos funerários construídos entre o V e o III milénio a.C., em pleno período do Neolítico.
Portanto, entre os conjuntos que pode visitar nesta serra estão: Outeiro de Gregos, Meninas do Crasto ou Outeiro de Ante. Há mais de quatro décadas que a Serra da Aboboreira tem sido palco de um estudo sistemático dos seus valores arqueológicos, dos quais se destacam os monumentos conhecidos como megalíticos.
Igreja de São Tiago de Valadares
Em primeiro lugar, esta igreja foi edificada em finais do século XIII, possivelmente sobre um edifício anterior de que é testemunho o silhar (pedra) epigrafado com a data da Era 1226 (ano de 1188). Tal como o nome indica, a Igreja dedicada ao apóstolo São Tiago Maior e a sua fachada é encimada por campanário e o portal apresenta arquivolta exterior ligeiramente quebrada.
Além disso, no que concerne ao interior, este é totalmente redefinido pelas intervenções barrocas, apresentando a tradicional cenografia da talha, a que se junta a pintura do teto abobadado da nave e o trabalho da capela-mor. No lado norte destaca-se a cachorrada primitiva da Igreja que apresenta decoração característica do românico do Tâmega e Sousa.
Do mesmo modo, aqui reside um conjunto de pinturas murais (do século XV) que apresenta cenas da vida dos santos e de Cristo: uma das mais originais descobertas da historiografia da arte.
Mosteiro de Ancede
Apesar de não se conhecer a data da sua fundação, é sabido que em 1120 este Mosteiro pertencia à Diocese do Porto. Posteriormente, em 1141, D. Afonso Henriques vende a Carta de Couto ao abade do Mosteiro.
Em seguida, em 1560, é anexado ao Convento de São Domingos de Lisboa, por decisão do Papa Pio IV.
Mais à frente, no século XVIII constroem-se vários edifícios que ainda hoje notabilizam este conjunto arquitetónico. Entre eles estão os Celeiros e a Adega, a Capela octogonal de Nosso Sr. do Bom Despacho e, provavelmente, o Fontanário.
Por fim, nos anos oitocentistas, o Mosteiro foi vendido em hasta pública, ficando na posse do barão de Ancede.
Enfim, outro dos encantos de Baião.
Foto de capa: All About Portugal